O estresse infantil é um termo que pode até parecer algo banal, mas existe e é um problema que deve ser compreendido por pais e pedagogos.
Surgindo por uma série de fatores, a disfunção está muitas vezes relacionada a situações familiares e pode ser um pouco difícil de ser identificada, já que boa parte das crianças não conseguem verbalizar o que está lhe afetando.
Assim, preferem se manter retraídas e isoladas até que o tal sentimento estranho passe, porém, às vezes ele não passa.
1- identifique os tipos de estresse
Aluguel de impressora para eventos, boletos, trânsito e muitos outros elementos do dia a dia podem gerar estresse em uma pessoa adulta.
Entretanto, diferente de uma pessoa de maior idade, as crianças não devem ser expostas a fatores que a deixem em estado de alerta.
Tendo um forte impacto sobre o desenvolvimento cognitivo, o estresse infantil, diferente do que muitos acham, não é apenas um problema momentâneo.
Caso não seja identificado e tratado da forma correta, pode acarretar em traumas que irão se estender para o futuro, criando adultos sem estabilidade emocional ou com outros distúrbios, como alcoolismo, obesidade e tabagismo.
Classificado em três tipos pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o estresse infantil pode ser positivo, quando é ocasionado por situações do cotidiano.
Por exemplo, o primeiro dia de aula, ida ao dentista ou por aquela reforma que está acontecendo em sua residência, como uma pintura de fachada de casas simples, sendo tolerável.
Quando há um nível de estresse muito alto e fora do habitual para a criança, tal qual a morte de um parente ou bichinho de estimação.
Tóxico seria quando supera todos os graus e gera na criança um aumento do nível de cortisol. Neste caso, podemos ter como exemplo a violência doméstica, sexual e abuso psicológico.
2- Saiba de onde vivem os gatilhos
O que muitos pais não sabem é que, geralmente, os gatilhos que despertam nas crianças esse incômodo além do normal moram dentro de casa.
A pressão escolar ou o desejo de ter um filho com multitalentos é uma das chaves que abre a porta para esse novo universo obscuro e que pode se tornar ainda mais perigoso quando não há busca por uma ajuda profissional.
Por exemplo, muitos pais exigem que seus filhos desenvolvam habilidades extraordinárias e que muitas vezes não estão adequadas à faixa etária dos mesmos.
Isto vai desde saber fazer cálculos complexos até mesmo entender de iluminação borda piscina, o que parece algo sem nexo.
Entretanto, muitos responsáveis, baseados na sua infância, sentem que os seus filhos devem ter as mesmas ou mais obrigações do que tinham quando eram crianças.
Eles não entendem que os tempos, ou seja, o contexto social é totalmente diferente do que era no passado.
A relação matrimonial dos genitores também está no topo da lista das causas do estresse infantil.
As brigas, divórcio, alienação parental, competição, consumo de álcool, desde um simples vinho tinto fino seco até bebidas mais fortes também estimulam o aparecimento do estresse.
Assim como excesso de responsabilidade, nascimento de irmão, doenças, mudança para outra casa, estado, cidade ou país, mudança de escola, rejeição e perdas de pessoas importantes.
Os fatores externos também não podem ser deixados de fora dessa lista, principalmente, quando a criança tem contato com outros ambientes, como a escola, igreja, casa de parentes ou cursos.
O bullying praticado pelos colegas é um dos maiores motivos para o estresse infantil. As brincadeiras pejorativas e até mesmo as agressões acarretam em um elevado grau de medo, raiva, tristeza e estresse.
Por isso, especialistas indicam que os pais sempre estejam por dentro da vida escolar dos filhos e da própria instituição de ensino.
Laudo pericial de insalubridade não precisa ser exigido, mas conversar com os professores, secretárias, inspetores e direção é uma ótima maneira de entender o ambiente que a criança está inserida.
3- Conheça quais são os sintomas
Nem sempre a criança chegará para o adulto e irá contar o que está sentindo, pois além de não ter consciência sobre a gravidade do assunto, não consegue colocar em palavras o que está ocorrendo internamente.
Assim, resta aos adultos se atentar para alguns sinais que podem ser indicativos de que há algo de errado, alguns deles são:
- Falta de apetite;
- Isolamento social;
- Irritabilidade;
- Insônia;
- Diminuição do rendimento escolar;
- Dores de cabeça;
- Dores musculares.
Esses sintomas, principalmente os físicos, podem desenvolver outros problemas de saúde ainda mais graves, como doenças cardíacas, depressão, doenças de pele e futuramente Alzheimer.
Outro traço muito comum é o choro excessivo em situações não usuais, lembrando que as crianças não têm o mesmo controle emocional que os adultos, que conseguem se manter mais firmes mesmo em uma situação que os chateia.
Letra caixa para recepção ou a procura por outro objeto até podem deixar alguém estressado, mas cair no choro por essa circunstância já indica que há algo internamente errado, e funciona dessa mesma forma com as crianças.
Assim, atente-se a irritabilidade e choros que surgem com pequenas situações, como fim do desenho animado, brinquedo que não está encaixando da forma correta e outras.
4- Entenda como tratar o estresse infantil
Caso seja notório que há algo de diferente com a criança, como os sintomas citados acima, o primeiro passo é o diálogo.
Sentar e conversar, de forma natural, sem pressão ou tom de voz ameaçador é uma ótima forma de buscar entender o que está acontecendo.
Afinal, se a criança se sentir confortável, ela dará abertura para que o adulto explique ou até mesmo a console sobre o que está lhe deixando estressada.
Dessa forma, para estimular o diálogo saudável alguns apetrechos podem ser inseridos durante o bate-papo, como livros, desenhos, brinquedos ou atividades mais diferentes.
A pintura de fachada, por exemplo, é uma ótima opção, sabe aquela parede que você deseja pintar há tempos? Chame seu filho para ajudar ou até mesmo o deixe fazer desenhos antes de cobrir com a tinta. Para entender esse momento, criatividade é tudo.
Porém, caso isso não seja possível ou se a criança se mostrar muito fechada, a solução é buscar profissionais especializados nestes casos, como psicólogos infantis.
Eles irão utilizar técnicas mais certeiras e saberão lidar com os sentimentos expostos pela criança, a deixando confortável para isso, além de direcionarem os responsáveis da forma correta.
5- Saiba como evitar o estresse infantil
Assim como pode ser tratado, o estresse infantil também pode ser evitado, lembrando que não são medidas 100% eficazes, mas ajudam a prevenir o aparecimento desse problema emocional.
A primeira delas é apostar em atividades recreativas e esportivas. Manter-se ocupado por um certo tempo com tarefas que liberam adrenalina e endorfina é uma forma de descarregar a carga de estresse e também relaxar o corpo.
Cuidar da alimentação também é essencial para uma vida de qualidade. Montar pratos coloridos, com legumes, verduras, proteína e o tradicional arroz e feijão ajudam o organismo a funcionar melhor e também deixá-lo menos ansioso.
Nem sempre é preciso cortar doces, frituras e refrigerantes, já que muitas vezes esses alimentos liberam efeitos positivos no cérebro das crianças. Porém, é preciso ter atenção para não exagerar.
Controlar os eletrônicos também é uma forma de diminuir o estresse, afinal, o contato com o mundo digital, jogos, sons e outros elementos sobrecarrega o cérebro, principalmente quando está próximo do horário de ir para cama.
O ideal é deixar de usar os apetrechos até duas horas antes de dormir. Outras dicas são:
- Deixar um tempo livre para a criança;
- Demonstrar bastante carinho;
- Diminuir o número de atividades diárias;
- Conversar sempre.
Caso os pais percebam que a rotina do filho está bagunçada ou com muitas atividades, eles podem procurar algum apoio para otimizar o tempo da criança e assim evitar o estresse, os serviços administrativos terceirizados são um caminho para isso.
Há pessoas específicas que planejam a melhor forma de executar demandas e também aplicativos que ajudam a manter uma rotina nada estressante.
Considerações finais
Sendo assim, o segredo é manter o diálogo constante, pois dessa forma é possível prever situações que podem causar estresse e até mesmo preparar a criança para possíveis situações, como o luto, por exemplo.
Conversar de uma forma lúdica desde cedo sobre o que é a morte é um jeito de amenizar a futura dor da criança quando perder algum ente querido, animal ou amigo.
Quando há diálogo, há presença e também carinho, pois o sentimento de ser escutado, percebido gera conforto, afasta a solidão e também o estado de alerta, afinal, há alguém que se possa contar caso algo grave aconteça.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
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