a qualidade do leite diminuiu com o passar dos anos?

Veja quais são os parâmetros regulamentares que determinam a qualidade do leite

Com o cenário industrial acirrado, o produtor leiteiro sempre é questionado sobre a qualidade do leite, já que esse fator é primordial para garantir um espaço dentro do mercado. 

Algumas atitudes podem valorizar o produto, aumentando a qualidade, consequentemente, elevando o preço das vendas, assim, assegurando a valorização dos laticínios. Mas, afinal, será que tem como avaliar a qualidade do leite? Leia o texto na íntegra!

Leite de qualidade

Para definir a qualidade do leite, exige certos cuidados, pois não é uma tarefa nada simples. Para isso, as propriedades leiteiras devem tomar algumas medidas quanto às matérias-primas, que devem estar em condições inócuas, envolvendo outros fatores como: 

  • a nutrição; 
  • higiene do ambiente;
  • a saúde do rebanho; 
  • equipamentos durante a ordenha; 
  • ausência de micro-organismos. 

Dessa forma, o que determina a qualidade do leite durante o processamento dos lácteos são características agradáveis, responsáveis por preservar o sabor, a cor, o odor, a viscosidade, se não há presença de sujeiras, micro-organismos e muitos menos resíduos químicos. Em relação ao frescor, eles precisam apresentar uma composição correta, a conservação deve ser adequada para que seja seguro o consumo desse leite, não apresentando riscos à saúde das pessoas.

Avaliação da qualidade do leite

O leite passa por testes que irão analisar as condições para o consumo. Os parâmetros utilizados determinam as características físico-químicas, higiênicas e de composição ideais para o consumo. 

Para que seja aprovada a qualidade, precisam estar dentro das normas regulamentares do país. Em que avaliam além das características físico-químicas, outros fatores como:

  • o sabor;
  • o odor;
  • a baixa contagem de bactérias;
  • as células somáticas; 
  • a ausência de micro-organismos patogênicos;
  • conservantes químicos;
  •  resíduos antibióticos;
  • pesticidas;
  • outras drogas.

Segundo a Embrapa Gado Leite (Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária) “o leite de qualidade é definido por ser seguro para quem o consome, pois não veicula doenças ou bactérias patogênicas; ter reduzida contagem de células somáticas (CCS); ter reduzida contagem total bacteriana (CTB); ser livre de resíduos químicos (principalmente antimicrobianos e endectocidas); possuir composição adequada (teor de proteína, gordura, lactose); e preservar as características de cor, gosto e cheiro (livre de fraudes)”.

Mito ou verdade: A qualidade do leite diminuiu

Infelizmente, a falta de incentivos na indústria leiteira, o desinteresse do desenvolvimento dos fornecedores e a baixa competitividade podem ser observados nos números de uma análise mensal, ilustrando bem o quanto a qualidade do nosso leite diminuiu. 

“Na Clínica do Leite da ESALQ, que trabalha com 32.000 rebanhos e uma média de 58.000 amostras mensais, para CCS 52,5% só dos resultados ficaram abaixo de 400.000 células/mL com relação à CBT apenas 31,7% ficaram abaixo de 100.000 UFL/mL”. 

“No Laboratório de Qualidade de Leite da Embrapa Pecuária de Leite, para uma amostra de mais de 20.000 rebanhos: com relação à CSS, 57% ficaram abaixo de 400.000 células/mL e 30,6% acima de 750.000 células/mL; com relação à CBT apenas 4,7% ficaram abaixo de 100.000 UFL/mL e 48,2% acima de 750.000 UFL/mL”. 

Para que o Brasil deixe de ser um importador de leite e passe a atuar no mercado de exportadores, é necessário atender os novos padrões da IN 51. Além disso, é preciso criar programas de incentivos às indústrias privadas ou cooperativas, para que os fornecedores tenham capacitação adequada para distribuir um leite de qualidade. Para isso, a fazenda deve adotar práticas como:

  • melhorar a genética do rebanho;
  • oferecer uma nutrição de qualidade;
  • melhorar as condições de conforto para as vacas-leiteiras, já que isso interfere na produção do leite;
  • garantir os cuidados sanitários, a higienização do local;
  • capacitação de funcionários, investindo nos treinamentos da equipe.

Só assim o mercado se tornará competitivo novamente, incentivando os fornecedores a cuidar do rebanho a fim de produzirem leite com mais qualidade.

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